sábado, 30 de junho de 2012

Frágil

Hoje, percebi que meus amigos íntimos estão mais do que certos quando dizem que eu visto a máscara de forte mas no fundo sou tão frágil quanto uma borboleta tentando sair do casulo.



Ao longo da vida passamos por inúmeros momentos, os quais, muitas vezes, nos fazem criar uma máscara para não passarmos a real expressão que há em nosso interior. Isso pode ser bom, ou não. Só depende de nós sabermos administrar nossos sentimentos, como também aprendermos a discernir entre o que é máscara e o que é verdadeiro, o que devemos mostrar e o que devemos esconder, e quando. Não significa que somos falsos ou fracos, significa apenas que mesmo inconscientemente encontramos algumas maneiras de fuga do que não nos é conveniente.

Com certeza alguns acontecimentos me fizeram "inventar" essa máscara de "sou forte" - desde a infância - e outros contribuíram para que ela continuasse - ainda há 5 minutos. Posso dizer que ela já me livrou de constrangimentos e simultaneamente me deu força, ao contrário, já me fez magoar outras pessoas, sofrer interiormente sem entender ao certo o porquê. As máscaras não são construídas sem motivos bem embasados, contudo, também não são sustentadas se não houverem outras fortes justificativas.

Acima de tudo, o problema está no quanto nos escondemos por detrás dessas máscaras. Por vezes, eu sentia que o fardo era maior do que eu poderia carregar, e mesmo assim continuava com aquela cara de "sorria e acene" para todos a minha volta. Agora, me pergunto: qual a necessidade de agir assim? Sinceramente, não sei. Tudo não passa de mistérios da vida, do nosso cérebro, nosso maior protetor (junto de Deus, para pessoas, que assim como eu, ainda creem). Por mais que estivesse sofrendo, poucas eram as pessoas que reparavam os sinais de que algo estava errado comigo. Mesmo assim, eu continuava a sustentar não só as minhas dores, como também as dores de todo o mundo. Sabe aquela frase que quando um amigo chama, você esconde sua dor e para para ouvir a dele? Sempre agi assim, e poucas vezes eu era o amigo que chamava. Tanto fora quanto dentro de casa, tanto entre amigos e desconhecidos quanto entre familiares, sempre foi assim, até eu desabar. Aos poucos, mas desabei. Extrapolei e liberei todos os sentimentos que estavam adormecidos ou guardados lá no fundo, e assim, por vezes, exagerei como não devia. Fiz terapia e aprendi um pouco mais a lidar com essas máscaras enrustidas de falsos sentimentos, passando a ideia de "falsos eu" ao mundo a minha volta. E, digo com conhecimento de causa, não é nada fácil aceitar nossos sentimentos mais profundos e verdadeiros, até mesmo porque, já estamos acostumados e treinados com as máscaras, elas nos parecem tão fáceis de serem usadas, trocadas, amenizam tão bem as dores... Porém, nunca paramos para pensar até que ponto isso nos é saudável. Descobri que momentaneamente ela cura, no entanto, é uma cura muito superficial, uma fina crosta irregular, que a qualquer momento pode ser arrancada e sinalizar algo mais profundo e doloroso.

Foi só quando um amigo me disse: "havia tempos que não te via tão frágil", que eu percebi que aprendi bastante coisa nesse meio tempo. Descobri que aos poucos estou conseguindo abdicar da minha máscara de "sou forte" e, ao mesmo tempo, aceitando que os outros cuidem de mim, não só eu deles, que eles me acolham, me abracem, e demonstrem o afeto que existe dentro de nossos corações. Ou seja, o treinamento tem surtido efeito, também estou aprendendo a receber os sentimentos. E isso é bom, o calor humano, mesmo que expressado através de um telefonema, é de grande efeito para uma alma sedenta por atenção, acolhimento, compreensão e carinho.

Descobri que não é errado aceitar e assumir o fato de sentirmos algo, principalmente, de nos sentirmos frágeis, afinal, qual ser humano nunca passou por momentos assim? E, como uma borboleta, podemos, aos poucos, por etapas e com o apoio de outros componentes, chegar aos nossos objetivos, conseguir sobreviver e voar livremente, com uma verdadeira estampa no rosto, que pode ser colorida, ou não, entretanto, sempre verdadeira, desde que estejamos de bem conosco e com o mundo. Se hoje chorei, mesmo por motivo que não merecia uma lágrima sequer ou apenas bobo, é porque algum sentimento havia dentro de mim, e a forma que encontrou de se/me libertar foi a lágrima, que na sua forma mais genuína e sublime me fez entender alguma das transformações que vêm ocorrendo com o bater de asas da borboleta.

Enfim, é melhor parar por aqui, antes que os sentimentos aflorem demasiado e o texto torne-se mais pessoal do que já está e prolongue-se por longas páginas. Mais uma vez, uso a escrita como uma válvula de escape ou maneira de organizar meus pensamentos, agora, só espero que vocês o recebam de braços abertos e, por que não, troquem um pouco de experiências, pois é assim que vamos crescendo, e sempre é tempo de crescer, sempre é tempo de mais uma borboleta sair do casulo!









10 comentários:

  1. Num baile à fantasia às avessas, certamente ninguém reconheceria ninguém.
    GK

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  2. Existe o tempo para crescer, o tempo para descobrir a si próprio, e o principal, o tempo para aceitar ou não essas descobertas.

    São três etapas de suma importância na vida. Na primeira, moldamos nosso caráter. É uma fase onde sofremos muitas influências, e pode-se até dizer que "tendemos a ser fruto do meio em que vivemos". Por sorte, as regras têm exceções... rsrs. No final desta fase, começam os conflitos internos. Alguns, como você, acabam se percebendo (erroneamente) um tanto frágeis, e se fortalecem naquilo que você chamou de máscaras. Errado? Não, é claro que não. Isso é apenas uma autodefesa de problemas que nem sempre existem.

    Depois, na segunda fase, nos descobrimos, vemos o que está bom ou ruim em nós. Esta fase, a que você está, é vital. Aqui, você terá que ser extremamente imparcial consigo mesma. O bom, no teu caso, é que você conseguiu notar isso, e se descobriu sem muitos prejuízos a si própria. Se notou frágil e utilizando máscaras para superar isso? Sem problemas. Absolutamente normal.

    A outra fase, justamente a que você entrará, é a mais trabalhosa caso você queira sanar o que encontrou de errado na fase anterior. Aqui, depende só de você. O primeiro passo você já deu. Encontrou o que acha estar errado e quer melhorar. E quer saber? Acredito na tua força, acredito na tua sensibilidade, acredito no teu poder e na tua vontade.

    Não tem muito pra mudar, Letícia. Você é um exemplo pra muita gente, e sempre vi em você uma moça gentil, delicada e extremamente inteligente. Isto é ser frágil? Não, não é não. A fragilidade está dentro de você. Só você se conhece lá dentro, e aqui fora, poucas mudanças serão feitas. Talvez, penso eu, todos já te conheçam como você descreveu acima, menos você. Então, não era aqui fora que essas máscaras eram utilizadas, e sim para você mesma, por dentro. Fragilidade não é sinônimo de fraqueza. Eu choro em filmes românticos, e nem por isso sou fraco (pelamordeDeus, não me conta isso pra ninguém).

    Um texto denso, mas de muita importância. E que bom que você escreveu. Adorei.

    Bjs, mocinha.

    (perdão se falei demais ou, ainda, se algo não ficou claro; longe de mim querer te analisar... rsrs.)

    Marcio

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