sábado, 30 de junho de 2012

Frágil

Hoje, percebi que meus amigos íntimos estão mais do que certos quando dizem que eu visto a máscara de forte mas no fundo sou tão frágil quanto uma borboleta tentando sair do casulo.



Ao longo da vida passamos por inúmeros momentos, os quais, muitas vezes, nos fazem criar uma máscara para não passarmos a real expressão que há em nosso interior. Isso pode ser bom, ou não. Só depende de nós sabermos administrar nossos sentimentos, como também aprendermos a discernir entre o que é máscara e o que é verdadeiro, o que devemos mostrar e o que devemos esconder, e quando. Não significa que somos falsos ou fracos, significa apenas que mesmo inconscientemente encontramos algumas maneiras de fuga do que não nos é conveniente.

Com certeza alguns acontecimentos me fizeram "inventar" essa máscara de "sou forte" - desde a infância - e outros contribuíram para que ela continuasse - ainda há 5 minutos. Posso dizer que ela já me livrou de constrangimentos e simultaneamente me deu força, ao contrário, já me fez magoar outras pessoas, sofrer interiormente sem entender ao certo o porquê. As máscaras não são construídas sem motivos bem embasados, contudo, também não são sustentadas se não houverem outras fortes justificativas.

Acima de tudo, o problema está no quanto nos escondemos por detrás dessas máscaras. Por vezes, eu sentia que o fardo era maior do que eu poderia carregar, e mesmo assim continuava com aquela cara de "sorria e acene" para todos a minha volta. Agora, me pergunto: qual a necessidade de agir assim? Sinceramente, não sei. Tudo não passa de mistérios da vida, do nosso cérebro, nosso maior protetor (junto de Deus, para pessoas, que assim como eu, ainda creem). Por mais que estivesse sofrendo, poucas eram as pessoas que reparavam os sinais de que algo estava errado comigo. Mesmo assim, eu continuava a sustentar não só as minhas dores, como também as dores de todo o mundo. Sabe aquela frase que quando um amigo chama, você esconde sua dor e para para ouvir a dele? Sempre agi assim, e poucas vezes eu era o amigo que chamava. Tanto fora quanto dentro de casa, tanto entre amigos e desconhecidos quanto entre familiares, sempre foi assim, até eu desabar. Aos poucos, mas desabei. Extrapolei e liberei todos os sentimentos que estavam adormecidos ou guardados lá no fundo, e assim, por vezes, exagerei como não devia. Fiz terapia e aprendi um pouco mais a lidar com essas máscaras enrustidas de falsos sentimentos, passando a ideia de "falsos eu" ao mundo a minha volta. E, digo com conhecimento de causa, não é nada fácil aceitar nossos sentimentos mais profundos e verdadeiros, até mesmo porque, já estamos acostumados e treinados com as máscaras, elas nos parecem tão fáceis de serem usadas, trocadas, amenizam tão bem as dores... Porém, nunca paramos para pensar até que ponto isso nos é saudável. Descobri que momentaneamente ela cura, no entanto, é uma cura muito superficial, uma fina crosta irregular, que a qualquer momento pode ser arrancada e sinalizar algo mais profundo e doloroso.

Foi só quando um amigo me disse: "havia tempos que não te via tão frágil", que eu percebi que aprendi bastante coisa nesse meio tempo. Descobri que aos poucos estou conseguindo abdicar da minha máscara de "sou forte" e, ao mesmo tempo, aceitando que os outros cuidem de mim, não só eu deles, que eles me acolham, me abracem, e demonstrem o afeto que existe dentro de nossos corações. Ou seja, o treinamento tem surtido efeito, também estou aprendendo a receber os sentimentos. E isso é bom, o calor humano, mesmo que expressado através de um telefonema, é de grande efeito para uma alma sedenta por atenção, acolhimento, compreensão e carinho.

Descobri que não é errado aceitar e assumir o fato de sentirmos algo, principalmente, de nos sentirmos frágeis, afinal, qual ser humano nunca passou por momentos assim? E, como uma borboleta, podemos, aos poucos, por etapas e com o apoio de outros componentes, chegar aos nossos objetivos, conseguir sobreviver e voar livremente, com uma verdadeira estampa no rosto, que pode ser colorida, ou não, entretanto, sempre verdadeira, desde que estejamos de bem conosco e com o mundo. Se hoje chorei, mesmo por motivo que não merecia uma lágrima sequer ou apenas bobo, é porque algum sentimento havia dentro de mim, e a forma que encontrou de se/me libertar foi a lágrima, que na sua forma mais genuína e sublime me fez entender alguma das transformações que vêm ocorrendo com o bater de asas da borboleta.

Enfim, é melhor parar por aqui, antes que os sentimentos aflorem demasiado e o texto torne-se mais pessoal do que já está e prolongue-se por longas páginas. Mais uma vez, uso a escrita como uma válvula de escape ou maneira de organizar meus pensamentos, agora, só espero que vocês o recebam de braços abertos e, por que não, troquem um pouco de experiências, pois é assim que vamos crescendo, e sempre é tempo de crescer, sempre é tempo de mais uma borboleta sair do casulo!









domingo, 24 de junho de 2012

Novos horizontes

Em praticamente um semestre fiz tantas descobertas que seria incapaz de transcrevê-las em poucas linhas. Descobri mais sobre o mundo e, principalmente, sobre mim. Percebi que nada acontece do dia para a noite, que cada decisão deve ser feita com todo o cuidado necessário e que muitos acontecimentos têm motivos para assim o serem, por mais que nos faça sofrer ou que acreditamos serem meras coincidências ou, ainda, que imaginemos ser ações do destino.

Não é fácil sair da nossa zona de conforto e partir rumo a experiências totalmente desconhecidas, como também não é bom seguir sempre pelos mesmos caminhos e não promover mudanças em nossas vidas. Nesse meio tempo aprendi o quanto é bom fazermos transformações, nem que seja no corte de cabelo, no estilo de roupa, ou, que seja, uma mudança para a vida inteira.

Sair de casa, por exemplo, é para muitos sinônimo de liberdade, mas será mesmo? Creio que é o contrário, nos tornamos mais presos do que antes. Quando se é jovem, tem-se muitas expectativas - e ilusões - em relação aos sonhados 18 anos de idade, ao momento de entrar para a faculdade e por aí vai, porém, não dos damos conta de que 18 anos não passa de uma idade simbólica de tempos passados, ainda mais se acompanhados da entrada na faculdade, até mesmo porque, a maioria dos jovens de classe média à alta não precisam trabalhar para se sustentarem, e assim, continuam dependendo dos pais. Outro fator importante, que mostra que ainda mantemos laços com o que deixamos para trás e não estamos nem um pouco livres, é a saudade, que aos poucos vai nos corroendo por dentro, apertando o coração e nos deixando engasgado com músicas e fotos icônicas. Entretanto, o cordão umbilical é cortado de vez e, para muitos, repentinamente - diferente do meu caso, que foi aos poucos, primeiro uma distância de 170km, com caronas praticamente diárias caso eu quisesse e familiares espalhados por toda a cidade, agora, uma distância de aproximadamente 950km, sem caronas e nem mesmo conhecidos na mesma cidade, é...pensando melhor, acho que a minha também foi um pouco repentina, só que de outra forma e já com outros pensamentos e um pouco mais de bagagem de vida, aprendizados.

Querendo ou não, ao sair de casa valorizamos mais nossa família, nossos amigos e todas as histórias que já vivemos e iremos viver. Aprendemos muito mais do que se permanecêssemos no mesmo lugar sempre, estáticos, sem ação, até mesmo porque, a maioria das histórias vivenciadas por nós, são frutos de atitudes - mais marcantes caso verdadeiras.

Além disso, amadurecemos. Mais do que somente amadurecimento, nos desenvolvemos através de responsabilidades antes não delegadas a nós, agora temos que saber equilibrar as finanças de forma que não passemos fome (mesmo que tenhamos que comer macarrão instantâneo às vezes) e também possamos nos divertir (nem que seja tomar um açaí com os amigos no final da tarde), temos que aprender a arte de equilibrar o tempo a fim de conseguir arrumar a casa, cozinhar, estudar todas as matérias e ainda dar uma saidinha no final de semana. Não posso me esquecer de um ponto primordial: saber conviver com pessoas de todos os cantos do Brasil - com as mais variadas características e criações - e com a pessoa com a qual você divide o apartamento. Porém, vou com calma, afinal, ainda não cheguei ao internato para saber como é conciliar tudo isso e ainda permanecer grande parte do tempo no hospital, subordinada a grandes profissionais e lidando com inúmeras vidas diariamente. Enfim, mais do que amadurecimento, é chegada a hora de nos tornarmos verdadeiros adultos, sair debaixo das asas dos pais e partir para o mundo com a incumbência de mostrar a todos tudo o que nossos pais nos ensinaram - e ensinam - ao londo dos anos, além do verdadeiro ser que somos/estamos construindo. Na realidade, alguns nem se importam com essa minha última opinião, talvez seja o tipo de criação, quem sabe a própria personalidade do indivíduo...mas isso fica para outro dia!

Permito-me concluir que sair de casa nos traz mais pontos positivos do que negativos, só devemos reconhecer o momento e a maneira certa para que essa atitude seja tomada, obviamente, de acordo com as opiniões dos pais. Talvez eu tenha esse pensamento porque já nasci com um instinto de liberdade e independência mais aguçado e, também, por ter ido morar fora da casa dos meus pais com 14 anos de idade recém-completados. De uma forma ou de outra, aprendi muito ao longo desses anos morando apenas nas férias com meus pais (desde o início de 2007). Obviamente, já "quebrei a cara" algumas vezes por imaturidade, já passei por crises existenciais e sentimentais, já deixei várias coisas para fazer de última hora - matando meus pais de raiva e preocupação, diga-se de passagem -, já sofri demasiado com a saudade e a falta de controle sobre meus sentimentos, já esqueci de coisas que não deveria - mais uma vez, deixando meus pais bastante irritados, e a mim também -, já tive que fazer muitas abdicações em prol de sonhos e objetivos, já deixei de sair para me divertir a fim de economizar, já fiz estrepolias e sofri consequências - algumas drásticas, por sinal -, já me estressei e irritei, xinguei e discuti por falta de aprendizagem de convivência, já gastei o dinheiro que não tinha por falta de controle ou capacidade de economia - embora eu realmente seja uma pessoa pão dura, extremamente poupadora -, e, acima de tudo, a maior certeza de todas: já deixei/e ainda deixo meus pais preocupados. Pois também aprendi que meus pais serão para sempre meus pais, de amor incondicional e com as mesmas preocupações desde quando me entendo por gente, daqueles que passarão a vida inteira te fazendo recomendações, como esse dias para trás, ao avisá-los de que estava saindo e começarem a dizer todo o discurso: "com quem você vai? (levando em consideração que nessa nova cidade eles não conhecem ninguém, mas sempre pedem as fichas completas), cuidado com as bebidas, não aceite nada de estranhos, qualquer coisa volta de táxi, quando chegar em casa liga - não manda mensagem porque pode demorar ou não chegar"...e por aí vai...ou seja, nossos pais serão para sempre nossos pais! Lamentavelmente, muitos não entendem isso, e acham que só porque não moram mais com eles não devem satisfações, respeito, honra. Sendo assim, pelo menos no início, alguns se rebelam, acham que são os donos do mundo, da verdade e da vida, e só com o passar do tempo descobrem que não funciona dessa maneira, pena que podem tê-los magoados inúmeras vezes ou descobrem de maneiras drásticas, as quais poderiam ter sido evitadas.

E assim, aquela menina nascida no interior de Goiás, mora hoje numa metrópole, na capital mineira. E, aos poucos, vai aprendendo e tentando absorver tudo o que o mundo pode lhe oferecer, sem deixar de ser quem é, sem esquecer de suas raízes ou dos ensinamentos adquiridos ao longo das experiências vividas - mesmo que poucas! -, afinal isso tem grandes contribuições para a mulher na qual está se transformando. A cada mudança, novos horizontes surgem, a visão se amplia e o mundo transcende lhe mostrando tudo aquilo que um dia sonhou e que a alma almeja para se completar. A cada passo, uma conquista, uma somatória e, simultaneamente, uma subtração, mas que fique claro: soma-se o útil e subtrai-se o inútil. E é dessa forma que eu tenho tentado viver: de maneira exponencial - ampliando tudo e aumentando os valores.

Belo Horizonte, MG



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Onde andará o meu doutor?

Hoje, irei apenas compartilhar uma poesia encontrada em uma página de relacionamento que me deixou estarrecida, principalmente por corresponder a nossa lamentável realidade...
Sinceramente, estamos vivendo em um mundo de doentes!

Onde andará o meu doutor?
Tatiana Bruscky

Hoje acordei sentindo uma dorzinha,
aquela dor sem explicação, e uma palpitação,
resolvi procurar um doutor,
fui divagando pelo caminho...
lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco
e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo...
o Meu Doutor que curava a minha dor,
não apenas a do meu corpo mas a da minha alma,
que me transmitia paz e calma!

Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta:
“Qual o seu plano? “
Ah, o meu plano é viver mais e feliz!
é dar sorrisos, aquecer os que sentem frio
e preencher esse vazio que sinto agora!
Mas a resposta teria que ser outra...o meu plano de saúde!

Apresentei o documento do dito cujo
já meio suado, tanto quanto o meu bolso, e aguardei...
Quando fui chamada corri apressada,
ia ser atendida pelo Doutor,
aquele que cura qualquer tipo de dor,
entrei e o olhei, me surpreendi,
rosto trancado, triste e cansado...
será que ele estava adoentado?
é, quem sabe, talvez gripado
não tinha um semblante alegre,
provavelmente devido à febre...
dei um sorriso meio de lado e um bom dia...
Sobre a mesa, à sua frente,
um computador,
e no seu semblante a sua dor,
o que fizeram com o Doutor?

Quando ouvi a sua voz de repente:
O que a senhora sente?
Como eu gostaria de saber o que ELE estava sentindo...
parecia mais doente do que eu, a paciente...
Eu? ah! sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação
e esperei a sua reação,
vai me examinar, escutar a minha voz
auscultar o meu coração...
para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
“peça autorização desses exames para conseguir a realização”...
quando li quase morri...

Tomografia computatorizada, ressonância magnética e cintilografia !

ai, meu Deus! que agonia!
eu só conhecia uma tal de abreugrafia...
só sabia o que era ressonar (dormir),
de magnético eu conhecia um olhar...
e cintilar só o das estrelas!
estaria eu à beira da morte? de ir para o céu?
iria morrer assim ao léu?
naquele instante timidamente pensei em falar:
terá o senhor uma amostra grátis
de calor humano para aquecer esse meu frio?
que fazer com essa sensação de vazio? e observe, Doutor,
o tal Pai da Medicina, o grego Hipócrates, acreditava que
A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR.
Olhe para mim...
bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
médico não é sacerdote...
tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano...
mas, por favor, me olhe, ouça a minha história!
preciso que o senhor me escute, ausculte
e examine!

Estou sentindo falta de dizer até aquele 33!
não me abandone assim de uma vez!
procure os sinais da minha doença e cultive a minha esperança!
alimente a minha mente e o meu coração...
me dê, ao menos, uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça... ando sim!
gosto de pisar na areia e seguir em frente
deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?
ou estarei com o verme do amarelão?
existirá umas gotinhas de solução?

Será que já existe vacina contra o tédio?
ou não terá remédio?
que falta o senhor me faz, meu antigo Doutor!
cadê o Sccot, aquele da Emulsão?
que tinha um gosto horrível mas me deixava forte
que nem um Sansão!
e o Elixir? Paregórico e categórico,
e o chazinho de cidreira,
que me deixava a sorrir sem tonteiras?
será que pensei asneiras?
Ah! meu querido e adoentado Doutor!
sinto saudades
dos seus ouvidos para me escutar,
das suas mãos para me examinar,
do seu olhar compreensivo e amigo...
do seu pensar...
o seu sorriso que aliviava a minha dor...
que me dava forças para lutar contra a doença...
e que estimulava a minha saúde e a minha crença...
sairei daqui para um ataúde?
preciso viver e ter saúde!
por favor, me ajude!

Oh! meu Deus, cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim...
porque da consulta só restou uma requisição
digitada em um computador
e o olhar vago e cansado do Doutor!
precisamos urgente dos nossos médicos amigos,
a medicina agoniza...
ouço até os seus gemidos...

Por favor, tragam de volta o meu Doutor!
estamos todos doentes e sentindo dor...
e peço, para o ser humano, uma receita de calor,
e para o exercício da medicina uma prescrição de amor!

Por fim, recomendo que assistam ao filme Patch Adams - O amor é contagioso. Muitos já devem ter visto, mas é sempre bom rever para refletirmos um pouco mais sobre nossas ações em prol do bem estar do lugar onde vivemos, das pessoas com as quais convivemos ou não e para a construção do mundo que queremos. Também recomendo que assistam à entrevista do "verdadeiro" Patch ao programa Roda Viva da TV Cultura, a qual está disponível no You Tube.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Parabéns Gustavo!

Consequência de uma pausa...

Hoje é aniversário de um grandessíssimo amigo, como já diria José Dias, sendo assim, gostaria de lhe fazer uma pequena homenagem...


   Névoa

Olho fixamente para o espelho,
vendo o branco de meus olhos
a refletir a sua face reluzente,
não sei se no futuro ou no passado
Iludido, com o branco dos olhos
que quem dera fosse o reflexo de seu alvo sorriso
mas para minha tristeza [agonizo
são só miragens de um opaco reflexo distorcido
Quisera eu ver realmente sua imagem materializar-se diante de mim
mas pobre mortal que sou acabo por me contentar com seu reflexo
   pois já indica meu sonho distante, que me consome e me domina
já que mesmo em devaneios tão rápidos não perco a sanidade:
sei que embora tão longe esteja, é do meu mundo todo o começo e mais que o fim
O espelho embaçado me engana
mas o coração não mente
Para que me enganar?

   Ficarei são?
O vapor do chuveiro escondeu todo o rosto [finalmente
Salvo pelas nuvens da dúvida e da angústia, me refugio sob os líquidos raios do chuveiro quente
porém mais gelado que o contido sentimento [em mim ardente...
Até logo, coração
Autor: Gustavo Almeida

E aí, lembra dessa Gustavo? Assim como eu disse na época, continua muito bem guardado aqui comigo, pode ter certeza! E não brigue comigo por publicar justo esse!
Nossas conversas via messenger ou facebook são sempre muito produtivas! Quem me dera saber escrever um poema, um texto, uma música, tal como você, com certeza sua homenagem seria mais interessante né?! Porém, infelizmente, isso ainda não faz parte dos meus atributos, e olha que não é por falta de tentativa, então, contente-se com o pouco que estou fazendo hoje, apesar dos defeitos, é tudo de coração!
Você sabe que apesar da distância nossa amizade continua a mesma, até mesmo porque, tenho que confessar, meus ouvidos chegam a doer algumas semanas, devido às ligações de horas a fio. É assunto que não acaba mais, e se chega perto de acabar a gente dá um jeito de encontrar mais por aí.
É muito bom sempre poder contar com você, com sua companhia - mesmo que somente pela internet e pelo telefone -, seus conselhos, seus cuidados, suas observações, suas brincadeiras - mesmo aquelas absurdamente ridículas -, e por que não falar das piadinhas sem graça? Também são muito boas nossas discussões, das mais variadas, política, futebol, arte, literatura, realidade, fantasia, sonhos, passado, medos, músicas, comportamentos, cérebro, coração, filmes, religião, enfim...
De uma forma ou de outra, você sabe o quão é importante na minha vida, afinal, faz parte da minha história! Posso não lhe dizer isso sempre, contudo, saiba que minha admiração por você é simplesmente única e demasiada grande para expressá-la em público - e você sabe muito bem minha dificuldade em expressar sentimentos! Entretanto, não conte só com a importância e a admiração, pois meu carinho e afeto, que se resumem em um amor fraterno sem igual, também fazem parte do pacote!
O que eu sempre digo, e agora irei dizer novamente é que você pode sempre contar comigo, farei de tudo o que estiver ao meu alcance para te ajudar no que for necessário, inclusive ajudar a comer os brigadeiros da festa!
E para finalizar, te desejo tudo o que há de melhor nesse mundão, toda sabedoria, harmonia, alegria, dinheiro, sucesso e etc. Que ainda venham muitos e muitos anos de vida para comemorarmos, que todos os seus sonhos e objetivos tornem-se realidade e que Deus abençoe, proteja, ilumine e guie todos os seus passos.
Gostaria muito de estar aí em Goiânia para compartilhar esse momento com você, afinal, 24 anos é marcante, com certeza! hahaha No entanto, são coisas da vida que me impedem de aí estar.
Sei que uma simples "carta" via blog não é lá grande coisa, pelo menos, espero que contente-se com fato de ser público e escrito com o coração e a verdade.
Por enquanto, fique com isso e meus mais sinceros votos de felicidade eterna,
Até logo, coração.

domingo, 10 de junho de 2012

Só lembranças

Consequência de uma pausa...
Em pleno sábado a noite de feriado resolvi assistir um filme antes de dormir. Escolhi o filme aleatoriamente, quer dizer, escolhi pelo título e nada mais, sem ler sinopse nem gênero. Quando vi que o Robert Pattison era o ator principal, já fui imaginando que não seria um filme dos melhores. Engano meu. Comecei a assistir sem expectativas e terminei o filme admirando a capacidade de atuação do Robert Pattison, muito além do que já tinha visto nos filmes da saga Crepúsculo, que por sinal, não gostei muito.
Através do filme "Lembranças", dirigido por Allen Coulter, percebi que pequenas atitudes cotidianas, como expressar um sentimento, são fundamentais. Além disso, ficou mais claro ainda para mim, que durante nossa vida e até mesmo depois de morrermos, somos feitos apenas de lembranças. Afinal, todas as nossas atitudes vêm de experiências vividas desde a infância - também há quem diga que vêm desde vidas passadas, mas isso não vem ao caso no momento - e ao morrermos é somente isso que deixamos. Tive mais certeza ainda de que o dinheiro não é tudo, ele até pode nos proporcionar momentos felizes e dignos, mas, repito, não é tudo. O dinheiro não é capaz de amar alguém, ele é objeto, óbvio que todos precisamos de muitos objetos, mas precisamos muito mais de amor. Quem não é amado, ou, melhor, não se sente amado, pode ter todo o dinheiro do mundo que não será feliz. E aí entra outra questão...qual a melhor forma de demonstrar que amamos alguém?
Passei a maior parte do filme indignada com a postura do pai do Tyler (Robert), e no final, percebi que ele não era totalmente um monstro. Lembrei-me que muitos monstros só são monstros por causa de seus sentimentos a flor da pele, conflituosos e pela incapacidade de demonstrá-los de maneira civilizada. Apesar de tudo, monstros não passam de seres humanos em conflito consigo mesmo. Um pecado da maioria dos filmes - que é questão de lógica e eu entendo - é mostrar apenas o ponto de vista da personagem principal. Nesse caso, por exemplo, vemos os personagens do ponto de vista do Tyler, portanto, somos facilmente influenciados, no final, percebemos junto dele que nem todos são como imaginamos, que é muito difícil demonstrarmos nossos sentimentos da "maneira correta" - se é que existe maneira correta para isso -, que julgamos demais as pessoas sem saber o que se passa com elas, quais são seus conflitos internos, seus sentimentos ou o porquê de tais atitudes, como dizem por aí, sempre achamos que "a grama do vizinho é mais verde", mas será? Todos temos sentimentos, todos temos medos, anseios, desejos, angústias, dúvidas e cada um tem seu jeito de expressar tudo isso.

Outro fato curioso, é a capacidade do ser humano para postergar momentos que podem ser vividos no presente. Já se perguntou porque demorou para dizer a alguém que o (a) amava? Seria medo? Pois é, por que temos tanto receio em dizer a alguém algo tão sublime? Por que temer as reações da pessoa diante de algo bom, visto que todos queremos e gostamos de ser amados? Imagino que seja porque dentro de nós temos marcas de momentos passados, talvez um dia ao nos declararmos alguém desdenhou ou ignorou, mesmo que não tenha sido por maldade, afinal, quem nunca teve um "amor de infância"? E qual a criança que desdenharia por pura maldade? Ou até mesmo nossos pais, em um dia corrido, que ignoraram tal declaração ou postergaram a reação que esperávamos. Essas são lembranças arquivadas dentro de nós, são marcas deixadas por nossas experiências ao longo do tempo, e como cada um tem as suas marcas, cada um tem a própria reação em relação aos acontecimentos, tem uma maneira de aceitar ou não, de reagir. E, o pior de tudo, é quando só nos damos conta do quanto foi uma má ideia postergar depois que uma tragédia ocorre. Por que esperamos que uma tragédia ocorra para aprendermos a amar, a nos expressar? Por que é preciso que alguém morra para percebemos que agimos de maneira errada? Por que somente através do sofrimento nos damos conta de que estávamos indo pelo pior dos caminhos? Talvez seja porque a tragédia nos acorda para a vida, e num piscar de olhos revivemos as lembranças arquivadas e também nos transformamos.
Diante de tais fatos, imaginem se eu não me acabei em lágrimas no final do filme?!! Sem sombra de dúvidas! Chorei até não poder mais, tanto pelos ensinamentos que nos levam a pensar em nossas vidas e atitudes, quanto pelo final totalmente inesperado, surpreendente e simultaneamente trágico e lindo. Nunca imaginei que um drama romântico pudesse me fazer tão bem humana e espiritualmente. Percebi que ainda tenho muito a aprender, que na teoria é tudo muito fácil, o difícil acontece na prática. Vocês acham que tudo o que eu disse acima eu pratico? Pelo contrário, a minha dificuldade em demonstrar sentimentos é tamanha que tenho até vergonha de comentar sobre isso. Chegou a hora de rever conceitos e ainda bem que sempre é tempo de mudanças...


domingo, 3 de junho de 2012

Domingo preguiçoso

Consequência de uma pausa...
Era apenas mais um dia, mais um daqueles domingos preguiçosos, em que se acorda tarde, liga o som e fica ouvindo uma música, e às vezes, só para variar um pouco, começa assistindo um programa dominical na televisão, por que não?
Foi então que as horas foram passando, passando, passando, e ela nem se deu conta de que a preguiça a tinha dominado. Assistiu filme, seriado, ouviu músicas, passou horas na internet, mas nem mesmo levantou da cama! Afinal, o que as tecnologias não nos propiciam hoje em dia? Basta um celular na mão - de preferência com bateria e créditos - que tudo se resolve em um instante!
Porém, chegou um momento no qual ela precisou parar e pensar, até ter a certeza de que estava faltando algo. Não sabia ao certo o que poderia ser, mas sentia que lhe faltava algo para completar esse domingo preguiçoso, ou esses dias cansativos...visto que a preguiça de domingo era apenas um sintoma de dias anteriores muito extenuantes.
Não se sentindo tão incomodada continuou a fazer o que a maioria faz em um domingo preguiçoso. Até que o incômodo foi aumentando e ela não suportou mais. A tensão era grande, precisava descobrir o que estava faltando.
Percebeu que não era apenas a saudade ameaçando seu domingo mais uma vez, era uma coisa boa que estava faltando para tornar o domingo completo, e que era possível vivenciá-la ali naquele exato instante...pensou, pensou, pensou, lembrou da última conversa com um amigo, na qual o tema era cultura, lembrou de outra conversa com um outro amigo, que a cobrava atualizações no blog. Pronto! Tudo se encaixou!
E em menos de 1 minuto, conforme palavras iam surgindo numa folha em branco, sentiu seu domingo preguiçoso completo, nada mais faltava!
Tinha voltado a escrever, talvez não como antes, já que o passar do tempo enferruja as pessoas que não praticam. Entretanto, escrevia novamente, de tal forma que as palavras fluíam e preenchiam não só o papel em branco, mas também a alma de quem há muito aguardava por esse momento.
Escrever não significa apenas transcrever as palavras que estão desajeitadas no cérebro para um papel, é, acima de tudo, mostrar ao mundo o que está guardado dentro de nós. Assim, mais um domingo preguiçoso se encerra na minha vida, quem sabe um pouco mais completo e feliz...